domingo, 10 de agosto de 2008

Governo abre maior campanha de imunização já realizada no mundo


Brasília - O secretário de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, Gerson Penna, participa da abertura da Campanha Nacional de Vacinação para Eliminação da Rubéola na capital federal


Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil


Wilson Dias/ABr


Brasília - O secretário de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, Gerson Penna, participa da abertura da Campanha Nacional de Vacinação para Eliminação da Rubéola na capital federal
Brasília - O Brasil iniciou hoje (9) uma campanha de vacinação, que, segundo o Ministério da Saúde, é a maior já realizada no mundo, para imunizar cerca de 70 milhões de adultos contra a rubéola e 16 milhões de crianças contra a paralisia infantil em todo o território nacional. A campanha vai até 12 de setembro.

A rubéola, conhecida também como “sarampo alemão”, é considerada pelo Ministério da Sáude um grande problema na atualidade porque, ao infectar mulheres grávidas, pode provocar cegueira, surdez, retardo mental e malformação congênita.

A única forma de eliminar o risco da doença é a vacinação.

Devem ser imunizados na Campanha Nacional de Vacinação para Eliminação da Rubéola homens e mulheres com idade entre 20 e 39 anos. Nos estados do Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, a faixa etária foi estendida para pessoas de 12 a 39 anos para aumentar a cobertura contra a caxumba. Nesse caso, a vacinação estende-se também à população indígena que vive em aldeias. Mesmo quem já teve a doença ou já foi vacinado deve se vacinar novamente.

“Cada vacinação tem um faixa etária. [A vacinação contra] rubéola, sarampo e caxumba é destinada a uma faixa etária entre 20 e 39 anos, que a gente chama da faixa etária sexualmente ativa e reprodutiva”, disse o secretário de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, Gerson Penna, ao explicar por que nem todas as pessoas serão vacinadas.

Segundo o secretário, a preocupação do governo em vacinar parte da população é porque no ano passado o Brasil começou a ter surtos de rubéola. Os homens são o maior foco da atual campanha, pois, dos 8.683 casos de rubéola confirmados no país em 2007, 70% eram pacientes do sexo masculino. As mulheres devem tomar a vacina também, porque só dessa forma contribuirão para eliminar a circulação do vírus .

“Rubéola é uma doença que dá no homem. Pode ser grave. Tira o homem do trabalho, e são os homens que estão fazendo circular os vírus no Brasil inteiro. Para cada US$ 1 gasto em vacina economizam-se US$ 12 na assistência a uma criança que tenha esse tipo de problema, além de ser um sofrimento eterno”, afirmou Penna.

O público entre 20 e 39 anos que vai ser imunizado contra rubéola tomará a vacina dupla viral, que também imuniza contra o sarampo. No caso dos estados em que a faixa foi estendida para atender a população a partir de 12 anos, a vacinha é a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola).

A vacina é contra-indicada para mulheres grávidas e pessoas que já tiveram reação alérgica grave à vacina, além com imunodeficiência congênita ou adquirida, pacientes que usam doses de corticóide, que baixam a imunidade, em tratamento quimioterápico e transplantados de medula óssea, se a cirurgia tiver ocorrido há menos de dois anos.

Também se realiza hoje a segunda etapa de vacinação contra a paralisia infantil. Todas as crianças menores de cinco anos devem ser levadas aos postos de saúde até as 17 horas.

sábado, 9 de agosto de 2008

País vacina contra pólio e rubéola

Da AE

A campanha nacional de vacinação contra a rubéola, que começou neste sábado, terá esforço especial nas fronteiras brasileiras. Segundo a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), serão imunizadas cerca de 137 mil pessoas que entram e saem do Brasil.

Ana Morice, consultora técnica em imunizações da Opas, estima que 41 mil serão estrangeiros. O Ministério da Saúde e a Opas querem garantir que ninguém deixe de receber a vacina por não estar no seu país de origem durante a campanha.

Serão vacinadas durante a campanha cerca de 70 milhões de pessoas. A ação vai até 12 de setembro e faz parte de um esforço capitaneado pela Opas para erradicar a rubéola das Américas. "Para cada R$ 1 investido na prevenção, outros R$ 12 são economizados com tratamento", afirma Ana. "E há um ganho mais importante e difícil de computar: a diminuição dos problemas na gravidez.

Também nesta sábado ocorre, em todo o País, a segunda fase da vacinação contra paralisia infantil. A meta é imunizar 95% dos quase 16 milhões de crianças menores de cinco anos. Em São Paulo, são 2,9 milhões de crianças. Foram mobilizados 15 mil postos fixos e volantes, que irão funcionar das 8h às 17h.

sábado, 5 de julho de 2008

Decisão de vacinar homens contra rubéola corrige erro que provocou surtos, diz especialista

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A decisão do governo brasileiro de incluir os homens na campanha de vacinação contra a rubéola corrige um erro que poderia ter evitado o surto da doença verificado no país nos últimos anos. A avaliação é do médico gaúcho Ciro de Quadros, vice-presidente do Albert B. Sabin Vaccine Institute, em Washington, nos Estados Unidos, que realiza pesquisas e desenvolve programas de imunização no mundo. Segundo Quadros, o Brasil era um dos poucos países, ao lado do Chile, que concentrava esforços para imunizar apenas nas mulheres.

"O enfoque inicial [do governo] era proteger as mulheres antes de engravidarem, para evitar que transmitissem a doença aos fetos, que nasceriam com a Síndrome de Rubéola Congênita. Isso resolveu o problema temporariamente, mas como o vírus da rubéola continua circulando na população principalmente masculina, em qualquer momento em que as mulheres não estejam vacinadas os homens transmitem a rubéola e, de novo, temos a síndrome", afirmou ele em entrevista por telefone, à Agência Brasil.

O especialista considera fundamental imunizar toda a população como medida fundamental para interromper a circulação do vírus. "Caso contrário, os homens acabam sendo reservatórios do vírus", disse.

Ele lembrou o caráter pioneiro das campanhas de vacinação em massa desenvolvidas no Brasil a partir da década de 80, inicialmente contra a poliomielite. Quadros acredita que, alcançada a erradicação da doença no país e no continente, a iniciativa vai servir de modelo para outros países do mundo.

De acordo com o Ministério da Saúde, durante a campanha deste ano o Brasil vai receber observadores de países como China, Índia, Líbano e de nações européias, interessados em aprender as estratégias utilizadas para a vacinação em massa.

"A rubéola existe em todo o mundo. A boa notícia é que a região das Américas resolveu erradicar a doença e certamente o resto do mundo vai se interessar em fazer o mesmo", afirmou.

A campanha de vacinação contra a rubéola será lançada em 9 de agosto e pretende vacinar aproximadamente 70 milhões de pessoas durante cinco semanas.

Para garantir a meta de imunização foi montado um comitê de mobilização, que conta com apoio de aproximadamente 200 entidades, entre empresas públicas e privadas de diversos setores, universidades, associações da sociedade civil entre outros. A iniciativa também vai contar com inserções publicitárias em TVs, rádios e jornais. O governo federal está investindo, pelo menos R$ 10 milhões na divulgação da campanha. O total de recursos federais é de R$ 220 milhões.

A ação está prevista no compromisso firmado pelos países das Américas durante a 44ª Reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) de eliminar até 2010 a rubéola e a síndrome da rubéola congênita.