quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Jovem será vacinado contra gripe suína



15/12 - 11:21 - Agência Estado

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O Ministério da Saúde anunciou ontem que adultos jovens e saudáveis, na faixa dos 20 aos 29 anos, serão vacinados contra o vírus da Influenza A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína, entre março e abril do próximo ano, naquela que deverá ser uma das maiores campanhas de imunização já registradas no País. Entre os idosos, somente os com doenças crônicas, como diabetes e problemas cardíacos (as chamadas comorbidades), deverão receber a imunização.

Já os idosos saudáveis continuarão a receber apenas a vacina contra a gripe sazonal, que já é fornecida todos os anos.

Outra novidade é que indígenas também farão parte do grupo prioritário para a imunização contra a gripe suína. A pasta confirmou ainda que profissionais de saúde, grávidas, pessoas de todas as faixas etárias que apresentem comorbidades e crianças de 6 meses a 2 anos deverão ser priorizadas, conforme vinha anunciando.

Segundo o diretor de Vigilância Epidemiológica do ministério, Eduardo Hage, foram reservadas 83 milhões de doses para a megavacinação, sendo que 50 milhões, o maior quantitativo, para adultos jovens e saudáveis dos 20 aos 34 anos. “Muitos países não ofertaram vacina para essa população”, disse o diretor, durante simpósio sobre a pandemia organizado pelo governo paulista.

Ele explica que os jovens dos 20 aos 29 anos serão necessariamente cobertos em todo o País, mas em cada região a cobertura poderá variar nessa população, chegando aos 34 anos, por exemplo, caso essa faixa demonstre ser vulnerável. Hage destacou ainda que as prioridades foram definidas com base em reuniões científicas com especialistas de todo o mundo e discussões com representantes das principais especialidades médicas.

O diretor disse que a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que os produtores poderiam optar por produzir uma das duas vacinas contra gripe para idosos: trivalente (que protegesse contra o vírus pandêmico da gripe e outros dois circulantes) ou bivalente (sem o vírus pandêmico). A pasta optou pela bivalente para que o Instituto Butantã, principal produtor público do País, pudesse usar as cepas do H1N1 na fabricação da vacina contra a gripe suína para quem corre maior risco.

“A população acima de 60 anos teria imunidade, seja porque os mais idosos tiveram contato anterior com o vírus H1N1 ou pela vacinação sazonal”, alegou. Não foi decidido se os idosos poderão receber as duas vacinas. “Há possibilidade de que uma interfira na outra.” O diretor destacou, no entanto, que a prioridade aos cidadãos que tenham comorbidades permitirá que parte dos idosos seja imunizada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

AE

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Suíça anuncia restrições à vacina da GlaxoSmithKline contra gripe suína

A vacina Pandemrix criada pelo laboratório britânico GlaxoSmithKline para a gripe suína não poderá ser utilizada nas mulheres grávidas, nos menores de 18 anos e nos adultos acima de 60 anos, anunciou a Swissmedic, autoridade suíça de regulação dos medicamentos.

A Comissão Europeia aprovou no fim de setembro, por recomendação da Agência Europeia de Medicamento (Emea), o uso da Pandemrix para combater a pandemia de gripe A (H1N1) nos 27 países do bloco, além de Islândia, Liechtenstein e Noruega.

A incerteza foi provocada pelo medicamento coadjuvante AS03 utilizado para a vacina da GlaxoSmithKline.

"Os dados atuais se referem fundamentalmente aos adultos, mas não existe nenhum dado para as mulheres grávidas e os relativos a crianças são insuficientes", afirma a Swissmedic em um comunicado.

"Portanto, a Swissmedic ainda não autorizou a utilização da Pandemrix nas mulheres grávidas, nos menores de 18 anos e nos adultos com mais de 60 anos", completa o texto.

A aprovação "rápida" da Pandemrix, além da Focetria da Novartis e Celvapan do laboratório americano Baxter, foi resultado do fato de que todas elas obtiveram em 2005 uma aprovação modelo, que permite a alteração da cepa, contra o vírus da gripe aviária, H5N1.

Vacinação

O GlaxoSmithKline (GSK) anunciou em 30 de setembro a entrega do primeiro lote de vacinas contra a gripe suína a diversos governos europeus.

O Reino Unido, país europeu mais afetado pela nova gripe, Espanha e França foram os primeiros a receber a fórmula. As autoridades sanitárias britânicas anunciaram uma campanha de vacinação em outubro para tentar evitar uma nova onda de gripe no inverno do hemisfério Norte.

A agência europeia recomendou um calendário de vacinação de duas doses com um intervalo de três semanas para os adultos, incluindo as mulheres grávidas, e as crianças a partir de seis meses de idade.

Em comunicado, contudo, reconheceu que há dados preliminares que sugerem que apenas uma dose pode bastar para os adultos e explica que as recomendações podem ser atualizadas em função dos resultados dos estudos clínicos.

Sintomas

A gripe suína é uma doença respiratória causada pelo vírus influenza A, chamado de H1N1. Ele é transmitido de pessoa para pessoa e tem sintomas semelhantes aos da gripe comum, com febre superior a 38ºC, tosse, dor de cabeça intensa, dores musculares e nas articulações, irritação dos olhos e fluxo nasal.

Para diagnosticar a infecção, uma amostra respiratória precisa ser coletada nos quatro ou cinco primeiros dias da doença, quando a pessoa infectada espalha o vírus, e examinada em laboratório.

O tratamento precoce com os antivirais Tamiflu ou Relenza pode ajudar a reduzir a gravidade e a duração da infecção, de acordo com o CDC (Centros de Controle de Doenças dos Estados Unidos).


domingo, 18 de outubro de 2009

Vírus H1N1 pode ser incluído em vacina contra gripe comum


Por Helena Neves, da Agência Lusa

Lisboa, 18 out (Lusa) ? O vírus da gripe A H1N1 deverá ser incluído na vacina contra a gripe sazonal do próximo ano, segundo o pneumologista Filipe Froes.

"No Hemisfério Sul, que já saiu da época de inverno, já foi determinada qual será a composição da vacina sazonal para 2010 e esta estirpe já vai estar conjuntamente com mais duas", disse o médico à Agência Lusa.

Provavelmente, irá acontecer o mesmo na vacina sazonal para o Hemisfério Norte, destacou, ressalvando que será necessário observar a evolução do vírus durante este inverno.

Sobre o que é previsível acontecer a este vírus, o especialista comentou que "deve acontecer o mesmo que às outras estirpes anteriores".

"Eles entram em circulação na população a nível mundial, provocam taxas de ataque elevadas pela ausência de imunização. À medida que as pessoas vão sendo vacinadas, o vírus não consegue manter o mesmo ritmo de infecção e passará a ser integrado no equilíbrio normal que existe entre os vírus influenza", explicou.

Pedro Simas, pesquisador da Unidade de Patogênese Viral do Instituto de Medicina Molecular, adiantou que, em termos evolutivos, "este vírus, como antigenicamente é mais competitivo do que os dois vírus circulantes sazonais, pode vir a desalojar um dos outros vírus e passa a ser o vírus predominante nos próximos anos".

"Prevê-se que nos próximos anos vá afetar toda a população do mundo e passa a ser um vírus que circula normalmente como um vírus sazonal", explicou à Lusa.

Com o fim do inverno no Hemisfério Sul, foram aprendidas algumas "lições", sobretudo que o "vírus está estável, não sofreu qualquer mutação", adianta o pesquisador.

"O que aprendemos foi que o vírus está estável, não aumentou de virulência e que causa uma gripe, que pode ser complicada nos grupos de risco, como qualquer vírus da gripe, mas que nas pessoas saudáveis não é uma infecção complicada", comentou.

Para o pneumologista Filipe Froes, as pessoas já perceberam que há vários tipos de gripe e já nem confundem a gripe com a constipação, como confundiam antigamente.

"Há nitidamente uma evolução no conhecimento populacional no sentido de que há uma gripe pandêmica, uma gripe sazonal e a constipação", destacou.

Sobre a previsão de como será o comportamento do vírus no Hemisfério Norte, Pedro Simas afirmou que "não há qualquer indicação de que seja diferente daquilo que se previu no início da pandemia, de que afetará cerca de um terço das populações".

Para ele, "se a vacinação for utilizada de uma maneira racional, será uma forma muito útil e eficaz de controlar a disseminação do vírus e a pandemia".

sábado, 19 de setembro de 2009

Crianças com menos de cinco anos tomam vacina contra pólio hoje

UOL Ciência e Saúde

Em São Paulo

A partir das 8h de hoje (19), pais de crianças com menos de cinco anos devem levar seus filhos aos postos de saúde de todo o país para tomar a vacina contra a poliomielite, doença que causa a paralisia infantil. Esta é a segunda fase da campanha de vacinação em 2009, e tanto as crianças que já tomaram a vacina neste ano quanto as que não tomaram devem receber a segunda dose no fim de semana.

Segundo o Ministério da Saúde, a meta é vacinar cerca de 14,7 milhões de crianças - 95% das crianças menores de cinco anos no Brasil. A vacina estará disponível em 115 mil postos em todo o país, que ficam abertos neste sábado até as 17h - é recomendado conferir o horário de vacinação no posto mais próximo. Também é necessário levar a caderneta de vacinação da criança.


VACINA CONTRA A PÓLIO
Marcelo Ximenez/Arquivo Folha Imagem
Quem deve tomar?
Todas as crianças de até cinco anos

Quando?
Sábado, 19 de setembro

O que levar?
Caderneta de vacinação da criança

Onde vacinar?
Em qualquer um dos 115 mil postos de vacinação de todo o país

Por que é importante?
Porque, apesar de a doença já ter sido erradicada no Brasil, o vírus ainda circula no mundo
UOL CIÊNCIA E SAÚDE
A vacina não tem contraindicação, mas se a criança estiver doente ou com febre, a recomendação aos pais ou responsáveis é perguntar ao médico do posto de saúde se ela pode tomar normalmente, alertou o ministério.

A vacina contra a poliomielite é aplicada nas crianças com menos de cinco anos duas vezes por ano, como reforço às vacinas do calendário básico. Toda criança deve tomar uma dose da vacina aos dois meses de idade, outra aos quatro meses e uma terceira aos seis meses. Ela também deve tomar um reforço aos 15 meses, que é complementado com as vacinas das campanhas.

O último caso de pólio registrado no Brasil foi ocorreu no município de Souza (PB), em 1989. De acordo com o ministério, o país recebeu o certificado de erradicação da doença em 1994, mas continua sendo necessário vacinar as crianças porque o vírus ainda circula em países da África e da Ásia. Na Índia, por exemplo, foram notificados 36 casos de poliomielite entre janeiro e abril deste ano, segundo o projeto indiano de vigilância da doença.

Nos Estados
Em São Paulo, a meta da Secretaria de Saúde é vacinar 2,9 milhões de crianças. Para isso, estarão mobilizados 15.994 postos de vacinação fixos e móveis em todo o Estado, que funcionam das 8h às 17h.

Além da vacina contra a poliomielite, também serão oferecidas no dia as vacinas tetravalente (contra difteria, tétano, coqueluche e meningite), tríplice viral (para sarampo, caxumba e rubéola) e contra hepatite.

Na capital, também há postos de atendimento nos shoppings Boavista, Campo Limpo, Penha e Plaza Sul, das 10h às 17h. A vacinação nestes locais é feita por profissionais da rede pública de saúde.

A meta no Rio de Janeiro é imunizar 1,13 milhão de crianças até cinco anos. Segundo a Secretaria de Saúde, 1,9 milhão de doses estão disponíveis em 3.500 postos fixos e móveis dos 92 municípios fluminenses.

O atendimento é das 8h às 17h e os profissionais dos postos de saúde verificam a caderneta das crianças para checar se elas estão em dia com as vacinas tríplice viral, tetravalente, DTP (contra difteria, tétano e coqueluche), contra a hepatite B e o rotavírus.

A Secretaria de Saúde do Rio avisa que os pais de crianças com problemas imunológicos ou que passaram por transplante de medula óssea devem procurar orientações para a vacinação nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais.

sábado, 29 de agosto de 2009

Novartis diz que vacina para gripe estará disponível em outubro

da Efe, em Genebra

A farmacêutica suíça Novartis informou hoje que entregará as primeiras doses de sua vacina contra a nova gripe em outubro, após ter conseguido desenvolver, em parte, um processo mais rápido que os tradicionais para produzi-la.

Leia a cobertura completa sobre a pandemia de gripe suína
OMS diz que 40% dos mortos são adultos com boa saúde
Gripe suína atinge mais de 200 mil; metade está nas Américas
Dois terços dos americanos querem tomar vacina contra gripe suína

A colocação em circulação das vacinas foi anunciada pelo chefe da Divisão de Vacinas e Diagnósticos da Novartis, Andrin Oswald, que disse que o lucro a ser obtido pela companhia com as vendas será limitado.

Entrevistado pelo jornal "Basler Zeitung", Oswald disse que este processo é delicado e requer grandes investimentos, de modo que o lucro será limitado enquanto a pandemia se mantiver nos níveis moderados atuais.

A Novartis recebeu pedidos de diversos países para fornecer milhões de doses da vacina quando estiver pronta.

A francesa Sanofi-Pasteur, a britânica GlaxoSmithKline, a americana Baxter e a suíça Novartis são as quatro farmacêuticas que estão elaborando a vacina contra a nova gripe.

Os estudos sobre a vacina durarão até 2010, mas sua distribuição começará este outono (hemisfério norte).

França e Reino Unido foram os primeiros países a receber doses de vacinas para a nova gripe, mas as autoridades sanitárias de cada país ainda devem dar sinal verde e aprovar o início da vacinação, prioritariamente de grupos de risco.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Vacina contra pneumonia entra no calendário brasileiro

Rio de Janeiro - A partir de 2010 a vacina que previne otite média, pneumonia e meningite bacterianas fará parte do calendário de vacinação infantil das crianças menores de um ano.

O Programa Nacional de Imunizações oferecerá 13 milhões de doses a 3,2 milhões de bebês. Nas clínicas particulares, que já dispõe da vacina, o custo é de cerca de R$ 500. São necessárias três a quatro doses para garantir uma taxa de imunização de 80% a 85% contra essas doenças.

Estima-se que com a vacinação em massa nessa faixa etária, possam ser evitadas cerca de 1.500 mortes de crianças por ano. No Brasil, o pneumococo causa cerca de 1.500 casos de meningite, 20 mil hospitalizações por pneumonia e mais de 3 milhões por otite média aguda por ano.

A oferta da vacina será possível graças a um acordo de transferência tecnológica assinado hoje entre a fabricante, a Glaxo SmithKline, e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Serão cinco etapas até que o País tenha o domínio completo da tecnologia, o que deve acontecer em 2017. Na primeira etapa de transferência tecnológica, que começa no ano que vem, a Fiocruz envasará e fará o controle de qualidade das vacinas.

O Ministério da Saúde está investindo R$ 400 milhões na compra das 13 milhões de doses do imunobiológico necessárias para vacinar todas as crianças menores de um ano em 2010. O custo por dose é de R$ 31, o que equivale a um gasto de R$ 124 na imunização de cada bebê. Em contrapartida, a GSK investirá cerca de R$ 92,4 milhões na Fiocruz, em um acordo para o desenvolvimento de vacinas contra a dengue, malária e o aperfeiçoamento da de febre amarela, que já é produzida pela fundação.

* do UOL Notícias

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Glaxo inicia testes de vacina contra a gripe suína em humanos

da Folha Online

A empresa farmacêutica GlaxoSmithKline anunciou nesta sexta-feira o início dos testes da vacina para gripe suína --como é chamada a gripe A (H1N1)-- em seres humanos.

A farmacêutica informou que irá comunicar as autoridades governamentais, já no mês que vem, os primeiros resultados de testes que ocorrerão na Alemanha entre 128 pessoas com 16 a 60 anos.

Outras duas gigantes do setor, a Novartis AG e a Sanofi-Aventis SA, começaram a testar produtos similares no começo deste mês.

Em julho passado, a australiana CSL afirmou ter começado seus testes, naquele país.

Conforme a empresa, serão realizados 16 testes clínicos em mais de 9.000 pessoas --entre crianças, adultos e idosos-- em países da Europa e da América do Norte.

Na Europa, serão testadas vacinas com um componente químico que prolonga o princípio ativo e que auxilia a resposta do sistema imunológico.

No Canadá e nos Estados Unidos estão sendo testadas doses com e sem o componente.

Por enquanto, nenhum país licenciou produtos com o tal componente, pois a segurança para grávidas e crianças --dois dos grupos de risco para contágio de gripe suína-- ainda é incerta.

Os dados serão compartilhados com instituições reguladoras do setor para que elas possam decidir o quanto antes sobre sua licença.

"Esperamos enviar nossas primeiras doses já em setembro", disse a porta-voz da Glaxo, Alexandra Harrison.

Tanto a Europa quanto os Estados Unidos terão um sistema rápido de aprovação da vacina contra gripe suína, para garantir que ela chegue ao mercado logo --e antes de alguns testes de segurança.

A Agência Europeia para Remédios informou que pode aprovar a vacina em um prazo de cinco dias.

Segundo a porta-voz, a Glaxo terá atendido quase todos os pedidos recebidos --que somam 291 milhões de doses-- antes do final deste ano ou, no mais tardar, no começo de 2010.

Ela será a principal fornecedora do Reino Unido, segundo Liam Donaldson, chefe da autoridade britânica no setor de saúde.

Aos Estados Unidos, a Glaxo irá fornecer US$ 250 milhões em ingredientes para a produção da vacina.

A Glaxo ainda promete doar 50 milhões de doses da nova vacina para a OMS (Organização Mundial de Saúde), que irá doá-las a países pobres.

Sintomas

A gripe suína é uma doença respiratória causada pelo vírus influenza A, chamado de H1N1.

Ele é transmitido de pessoa para pessoa e tem sintomas semelhantes aos da gripe comum, com febre superior a 38ºC, tosse, dor de cabeça intensa, dores musculares e nas articulações, irritação dos olhos e fluxo nasal.

Para diagnosticar a infecção, uma amostra respiratória precisa ser coletada nos quatro ou cinco primeiros dias da doença, quando a pessoa infectada espalha vírus, e examinadas em laboratório.

Os antigripais Tamiflu e Relenza, já utilizados contra a gripe aviária, são eficazes contra o vírus H1N1, segundo testes laboratoriais, e parecem ter dado resultado prático, de acordo com o CDC (Centros de Controle de Doenças dos Estados Unidos).

Com Reuters e Associated Press

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Devido à gripe suína, Ministério da Saúde adia vacinação contra a pólio

Do UOL Notícias
Em São Paulo

Para que o sistema de saúde possa atender com maior tranquilidade os pacientes com suspeita de influenza A (H1N1), o Ministério da Saúde anunciou o adiamento da segunda etapa da campanha nacional de vacinação contra poliomielite para o dia 19 de setembro.

De acordo com o ministério, o início estava previsto para 22 de agosto, mas a mudança não deve comprometer a saúde das crianças nem o efeito protetor da vacina aplicada na primeira etapa da campanha, realizada em 20 de junho.

A decisão, diz o Ministério da Saúde, tem o objetivo de evitar uma sobrecarga nos serviços de atenção básica, porta de entrada para os pacientes com suspeita de gripe. A orientação atende também a pedido de secretarias estaduais da saúde dos Estados mais afetados pelo aumento do atendimento a pacientes com sintomas de gripe.

"Embora nem todos os Estados apresentem sobrecarga no sistema de saúde por causa da influenza A, optamos por adiar a campanha de vacinação em todo o país. Isso porque, quando realizada simultaneamente em todos os Estados, criamos uma rede de proteção e garantimos uma maior imunidade de grupo", afirma o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Gerson Penna.

A segunda etapa da campanha nacional de imunização tem a meta de atingir cerca de 14,7 milhões de crianças -95% das crianças menores de cinco anos. Em torno de 115 mil postos de vacinação, em todo o país, estarão envolvidos no processo.
UOL Celular

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Vacina de gripe suína começa a ser produzida em outubro no Brasil

Do UOL Notícias*
Em São Paulo
Atualizada às 12h28

A matéria-prima para produção de vacinas contra a gripe A (H1N1) acaba de chegar ao Brasil, e a vacina deve ser produzida a partir de outubro. Segundo o presidente da Fundação Butantan, Isaias Raw, responsável pela produção, o processo para produção da vacina para gripe comum é o mesmo, e será apenas preciso adaptá-la ao novo vírus.
Temporão confirma 192 mortes e defenda distribuição de remédio controlada

Ele avalia que o Brasil será pressionado para atender também os países vizinhos, pois não há outra fábrica de vacinas na América Latina. O Ministério da Saúde está negociando a importação de 17 milhões de doses da vacina, além do que poderá ser produzido no Butantan.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou nesta terça-feira (11) que a compra de vacinas no exterior está acertada, e não vão faltar recursos para os órgãos de produção de remédios, vacinas e reagentes para diagnósticos.

Segundo ele, o Brasil já registrou 192 mortes por gripe A (H1N1), a chamada gripe suína. O último boletim divulgado pelo ministério indicava 96 óbitos.

São Paulo tem 40% das mortes, seguido por Rio Grande do Sul (23%), Paraná (22%) e Rio de Janeiro (12%). Segundo o ministro, 28 gestantes morreram em decorrência da nova gripe e dessas, 30% apresentavam outros fatores de risco. Outras 107 grávidas que contraíram a doença já receberam alta e passam bem.

Durante audiência na Câmara dos Deputados, Temporão voltou a criticar o pânico criado em torno da nova gripe e disse que o governo retardou ao máximo - por 80 dias - a entrada do vírus no país. O retardamento, disse, é um marco importante.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Piero Locatelli
Do UOL Notícias
Em Brasília

O Brasil deverá receber 18 milhões de doses da vacina contra a influenza A (H1N1) até abril de 2010. Serão 1 milhão de doses prontas até dezembro deste ano e, no primeiro trimestre do ano que vem, o restante será processado pelo Instituto Butantã.

A informação foi dada pelo secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães, na tarde desta segunda-feira (3) durante seminário em Brasília sobre a gripe.

"As vacinas não poderão ser comercializadas", disse o secretário. Segundo ele, as doses deverão entrar no calendário de vacinação sugerido pelo ministério.

Além dos 18 milhões iniciais, o número pode aumentar mais 15 milhões caso a OMS (Organização Mundial de Saúde) autorize o Brasil a diminuir a vacina sazonal da gripe comum. Ela seria, em partes, substituída pela vacina da H1N1.

Tamiflu não será distribuído em farmácias
Enquanto as vacinas não chegam ao país, o ministro José Gomes Temporão (Saúde) afirmou que o medicamento contra a gripe, o Tamiflu, continuará a não ser distribuído em farmácias.

"Algumas pessoas criticam porque o medicamento não está disponível na farmácia para toda e qualquer pessoa que tiver uma receita médica. A resposta é que teríamos uma corrida às farmácias da população com maior poder aquisitivo, porque o medicamento é caro. Comprariam o medicamento para estocar", disse o ministro.

Segundo Temporão, o ministério irá controlar a distribuição dos medicamentos aos Estados conforme a necessidade de cada um. Temporão também afirmou que não há a necessidade de mulheres grávidas deixarem de comparecer ao trabalho caso não apresentem sintomas da doença, como alguns médicos têm recomendado. Mas devem procurar um hospital ao sinal de qualquer sintoma.

A orientação do ministério é para que as pessoas se previnam, preferindo lugares ventilados, além de lavar as mãos constantemente e cobrir a boca e o nariz ao tossir. "Essas coisas que a gente acha bobagem às vezes são as mais importantes", disse Reinaldo Guimarães.

* do UOL Notícias

sábado, 25 de julho de 2009

Vacina para gripe sazonal é primeira defesa contra gripe suína, dizem EUA

MAGGIE FOX
da Reuters, em Washington

As autoridades sanitárias dos EUA reforçaram na sexta-feira sua recomendação para que todas as crianças e adolescentes de 6 meses a 18 anos de idade sejam vacinadas contra a gripe sazonal, uma vez que não existe vacina contra a gripe suína --a chamada gripe A (H1N1).

A vacina sazonal praticamente não protege contra o vírus A (H1N1), causador da nova gripe, mas a imunização pode impedir que a pessoa seja infectada com ambas as gripes de uma só vez, além de potencialmente minimizar os efeitos da pandemia nas escolas, locais de trabalho e na atividade econômica como um todo, segundo especialistas.

"A vacinação contra a influenza sazonal deveria começar assim que a vacina estiver disponível e continuar durante toda a temporada de influenza", disse Anne Schuchat, do CDC (Centro de Prevenção e Controle de Doenças, na sigla em inglês) dos EUA.

"A esta altura, recomenda-se que 83 por cento da população receba uma vacina anual contra a gripe", disse ela. "Infelizmente, apenas cerca de 40% da população dos EUA receberam a vacina de gripe no ano passado."

No ano passado, o CDC "encorajou" todas as crianças a serem vacinadas. Agora ela "recomenda" --uma instância que não tem força de lei, mas que pode afetar medidas tomadas por Estados e planos de saúde.

Na quinta-feira (23), funcionários do FDA (agência responsável por medicamentos) se comprometeram a trabalhar com empresas e com o Instituto Nacional de Saúde para testar rapidamente as vacinas experimentais contra o H1N1, de modo a acionar assim que possível um plano de vacinação.

Schuchat disse que continua havendo transmissão do vírus H1N1 nos EUA "em lugares como acampamentos de verão, algumas academias militares e ambientes similares, onde pessoas de diversas partes do país se reúnem".

"Acho muito excepcional que tenhamos tamanha transmissão do influenza durante [o verão], e acho que isso demonstra como estamos suscetíveis ao vírus", afirmou.

O CDC diz que foram confirmados oficialmente nos EUA mais de 40 mil casos de contágio da nova gripe, com 263 mortes no país.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Gripe: Temporão descarta quebra de patente da vacina

O governo brasileiro afasta, por enquanto, a quebra de patentes como meio de obter a fórmula da vacina contra a gripe A (H1N1) quando a produção começar nos países ricos. “Estamos longe da quebra de patentes. Essa opção não se coloca no cenário”, afirmou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Segundo ele, a aposta do Brasil está no acordo de transferência de tecnologia existente entre o Butantã e o laboratório francês Sanofi-Aventis maior produtor mundial de vacinas para uso humano.

Nessa quinta-feira (23), antes da reunião dos ministros da Saúde do Mercosul, Chile e Bolívia, Temporão advertiu que o País registrará mais mortes decorrentes do vírus da Influenza A (H1N1) e que não terá condições de suprir os países vizinhos com as vacinas que espera produzir a partir de 2010. O governo brasileiro estaria ainda em contato com os laboratórios para averiguar a possibilidade de importar cotas do produto.

O ministro brasileiro antecipou que o objetivo do encontro é criar um plano estratégico na América do Sul para o combate à gripe suína e às doenças que possam surgir no futuro. O México deve se unir ao esforço. Segundo o ministro, o rendimento da vacina contra a gripe suína será bem menor do que o da vacina contra influenza sazonal e a produção brasileira não será suficiente para uma imunização universal.

Fonte: AE

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Instituto Butantan será responsável pela produção da vacina contra gripe suína no Brasil

AMANDA CIEGLINSKI
da Agência Brasil

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, informou, ontem (21) à noite, que o Instituto Butantan, de São Paulo, será responsável pela produção da vacina contra o vírus Influenza H1N1, causador da gripe suína. Durante entrevista ao programa Observatório da Imprensa, da TV Brasil, o ministro informou que o instituto tem um contrato de transmissão de tecnologia com um laboratório francês que está trabalhando na produção da vacina contra a gripe suína.

"Há uma corrida, especialmente de quatro laboratórios multinacionais, pela produção da vacina para o inverno no Hemisfério Norte, que começa agora em novembro. No Brasil, nós poderemos vacinar a população no ano que vem. Estamos em contato com vários laboratórios", afirmou Temporão.

Ele ressaltou que, quando for encontrada a vacina, haverá escassez do produto no mundo. "Outras questão é da propriedade intelectual. As populações mais pobres não podem ser privadas de uma patrimônio que é da humanidade. Acho que a OMS [Organização Mundial da Saúde] tem uma responsabilidade importante para determinar quais serão os mecanismos para que os países mais pobres tenham acesso a essa tecnologia."

Questionado sobre o fato de que o medicamento para tratar a doença, o tamivir, só estar disponível na rede pública de saúde, Temporão disse que é bom que ele não esteja à venda nas farmácias. "Não tem na farmácia porque, em função da demanda mundial, o laboratório não tem o medicamento para entrega. Mas, se tivesse, nós teríamos uma corrida às farmácias de pessoas que iam se automedicar. É uma irresponsabilidade dar remédio para todo mundo como se fosse jujuba. Se isso ocorresse, nós perderíamos a única arma que temos para combater a doença, que é a eficácia do medicamento" afirmou.

O ministro disse que o governo tem 9 milhões de doses do tratamento disponíveis e mais 1 milhão estocadas. A distribuição deve ser organizada pelas secretarias estaduais e municipais de Saúde.

Temporão ressaltou que a principal forma de combater a doença é a informação. Ele recomenda à população que acesse o site do Ministério da Saúde ou telefone para o Disque Saúde (0800611997) para esclarecer qualquer dúvida sobre a doença.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Gripe A: México anuncia 20 milhões de doses da vacina para dezembro ANSA

CIDADE DO MÉXICO, 17 JUL (ANSA) - O ministro da Saúde do México, José Angel Córdova, anunciou hoje que a partir de dezembro, quando começa o inverno no hemisfério norte, serão aplicadas no país cerca de 20 milhões de doses da vacina contra o vírus A (H1N1).

O programa de imunização deverá ser concluído somente no primeiro trimestre de 2010. O governo calcula que cerca de 5 milhões de pessoas receberão as doses numa primeira fase da campanha de vacinação.

Será dada prioridade para pessoas mais expostas a complicações por conta de outros fatores, como portadores do vírus HIV, obesos, asmáticos, diabéticos, pessoas com problemas respiratórios, mulheres grávidas e profissionais da área da Saúde.

Córdova disse ainda que a situação no sudeste do país "se encontra em fase de estabilidade", mas ressaltou que assusta o fato como o vírus "se disseminou num clima caloroso", o que supõe que ele sofreu mutações.

Por sua vez, o diretor do Hospital de Clínicas da Universidade Católica do Chile, Carlos Pérez prevê um aumento do número de casos no hemisfério norte e adverte para a possibilidade de a pandemia ter "segundas ou terceiras ondas".

"Não tenho nenhuma dúvida de que haverá um número muito importante de casos no hemisfério norte e por isso todos os países dessa parte do mundo estão muito atentos em se adiantar aos fatos", avaliou Pérez, em declarações à ANSA.

O especialista em infectologia, que é membro do Ministério da Saúde chileno, considera que é preciso estar "preparado, porque os níveis de alerta se mantêm".

O Paraguai confirmou hoje mais duas mortes causadas pela nova gripe. O número de óbitos no país já chega a oito, segundo informaram autoridades locais da área da Saúde.

O número de casos confirmados pelo governo de Assunção chega a 164, enquanto há outras 1.748 pessoas em observação no país, segundo informou o médico Ivan Allende, diretor de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde paraguaio.

No Peru, o ministro da Defesa, Rafael Rey, anunciou o adiamento do tradicional desfile militar de 29 de julho, em comemoração da independência do país. A medida também tem o objetivo de evitar aglomerações que facilitem o contágio na nova gripe.
UOL Celular

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Vacina contra gripe suína virá em setembro, diz OMS

Pablo Uchoa
Da BBC Brasil em Londres

Uma especialista da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta quinta-feira que até o início de setembro devem estar disponíveis as primeiras doses de uma vacina contra a gripe suína, a influenza A H1N1.

A diretora da Iniciativa da OMS para a Pesquisa de Vacinas, Marie-Paule Kieny, ressaltou, porém, que o tempo necessário para levar a imunização a todos os países dependerá de licenciamento local e da eficiência de cada tratamento.

"Certamente haverá vacinas disponíveis em setembro. Então a questão não é se haverá uma vacina para a gripe H1N1 - haverá. É questão é quantas doses haverá", afirmou Kieny, em entrevista à BBC Brasil.

Segundo a OMS, existem no mundo em torno de 20 fabricantes autorizados a produzir a vacina da gripe sazonal, que estariam um passo à frente na fabricação de vacinas para a gripe suína.

Cerca de 70% da produção se concentra na América do Norte e Europa, mas também há capacidade em países de outras regiões, como Austrália, China e Japão.

Kieny disse que testes clínicos começarão a ser realizados na Austrália já no dia 22 de julho, com os primeiros resultados saindo pouco depois e o licenciamento ocorrendo em setembro.

Na Europa o avanço na pesquisa se dá a passos semelhantes, assim como nos Estados Unidos, onde vacinas contra a gripe sazonal não requerem testes clínicos e as empresas são autorizadas a produzir o medicamento com base em uma "mudança de variante" do vírus influenza, ela afirmou.

O Instituto Butantan, em São Paulo, é hoje o único local na América Latina onde se fabrica a vacina da gripe sazonal. Com a inauguração, até novembro, de uma nova fábrica com capacidade de produção de 1 milhão de doses, a instituição poderia destinar parte de sua capacidade para atender à demanda por imunização contra o vírus.

"O Brasil tem capacidade de produção no médio prazo, porque já tem instalações de produção de vacinas contra gripe. Se decidirem que vão produzir vacina contra o H1N1, podem fazê-lo dentro de algum tempo", disse Marie-Paule Kieny.

Avanço da doença

A discussão sobre o advento de uma vacina contra a gripe suína ocorre no momento em que aumentam os casos de contágio pela doença.

Nesta quinta-feira, o governo australiano alertou que, sem vacina e no pior cenário, a doença pode matar até 6 mil pessoas no país neste ano. O governo planeja uma vacinação em massa em outubro.

Na Grã-Bretanha, onde se estima que a gripe suína venha a afetar 100 mil pessoas por dia no auge do período de contaminação, o número de atendimentos do serviço público relacionados à doença aumentou 50% só na última semana.

O país deve receber até o fim de dezembro 60 milhões de doses da vacina - suficientes para cobrir metade da população.

Na reunião de autoridades de saúde sul-americanas, realizada em Buenos Aires na quarta-feira, o ministro argentino da Saúde disse que o H1N1 já está por trás de algo entre 85% e 90% dos casos de gripe no continente.

A provisão de vacinas foi um dos temas importantes do encontro, e os representantes dos países concordaram que os chamados "grupos vulneráveis" - pessoas com saúde mais frágil e com maior risco de morte - terão prioridade no tratamento da doença.

Disponibilidade

Mas ainda há dúvidas sobre a capacidade de produção de vacinas uma vez que o processo em grande escala se inicie, ressalvou Marie-Paule Kieny.

No melhor cenário, a indústria poderia fornecer 90 milhões de doses de vacinas por semana, ou cerca de 4,9 bilhões ao ano, ela afirmou.

Mas isto somente se: 1) a capacidade global de produção estiver voltada para este objetivo; 2) os laboratórios mantiverem para a gripe suína os mesmos níveis de produção da gripe sazonal; 3) cada fabricante usar a fórmula mais "econômica", ou seja, com menor uso de princípio ativo.

Se for necessário dobrar a dosagem da vacina ou o uso do princípio ativo, por exemplo, a disponibilidade de medicamentos seria proporcionalmente reduzida, ela apontou.

Cálculos mais conservadores estimam que a produção de vacinas seria de 1 bilhão a 2 bilhões de doses por ano. Será suficiente?

"Depende dos objetivos de governo de cada país", responde a especialista. "Se você quiser proteger apenas sua infraestrutura, pode querer vacinar apenas os seus funcionários dos setores de saúde, energia, segurança. Se quiser reduzir a transmissão da doença, pode querer imunizar todas as suas crianças em idade escolar. Para reduzir a mortalidade pode priorizar grupos mais vulneráveis a doenças."

Diante da escassez inicial de vacinas, a OMS recomendou em uma circular recente que os primeiros a receber a imunização sejam os profissionais de saúde de cada país, e depois uma série de grupos mais ou menos vulneráveis à gripe. No entanto, ressalta Kieny, essa definição "é uma questão de prioridade nacional e tomada de decisões".

O desafio em relação à gripe suína é que, diferente da sazonal, esta tem feito vítimas entre jovens adultos e crianças, muitos aparentemente saudáveis antes da doença.

"É chocante ver que uma grande porcentagem de pessoas que morreram eram jovens, adultos de meia idade, obviamente saudáveis", disse Kieny. "Há indicativos de que muitas destas pessoas que morreram estariam saudáveis e felizes em outra situação."

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Festas da gripe suína pelo mundo propagam o vírus para fabricar anticorpos

Le Monde
Paul Benkimoun
Será que não é melhor pegar desde já a gripe A (H1N1), enquanto ela ainda não é muito virulenta, do que esperar pela segunda onda do próximo outono, que pode ser mais grave? Algumas pessoas que estão organizando "swine flu parties" [festas da gripe suína] nos EUA ou "grippe parties" no Reino Unido, já decidiram: essas reuniões têm por objetivo fazer com que as pessoas contraiam deliberadamente o vírus A (H1N1) para fabricar anticorpos e assim serem imunizadas antecipadamente. Uma vacinação natural, de certa forma, mas que os especialistas consideram como uma ideia não tão boa quanto pode parecer.

"Assim que ficamos sabendo, pelos dados epidemiológicos e pelas observações nos serviços hospitalares, que estávamos diante de uma forma de gripe benigna, esta questão veio à tona", explica o professor François Bricaire, que dirige no La Pitié-Salpêtrière (Paris) um dos serviços de referência para as epidemias infecciosas.
"Sabendo que poderíamos ter de enfrentar uma segunda onda mais grave no outono, não é totalmente ilógico pensar: 'Vamos deixar rolar, pois se muitas pessoas possuírem os anticorpos, isso simplificará a futura vacinação'".
Uma transmissão rápida

O vírus da gripe A (H1N1) não é muito virulento, mas se propaga rapidamente. Ele pode ser disseminado pelo ar por meio de uma tosse, um espirro, perdigotos. Ele também é transmissível por um contato mais próximo (aperto de mãos, beijo) com uma pessoa doente, ou encostando em objetos (maçaneta de porta, etc.) contaminados. Os sintomas se parecem com aqueles da gripe comum: febre, tosse, fadiga, dores no corpo.


O diretor da Escola de Estudos Superiores em Saúde Pública e epidemiologista, o professor Antoine Flahault também reconhece que "aqueles que pegarem logo a gripe A (H1N1) terão mais vantagens: de certa forma, eles terão sido vacinados antes dos outros. Ainda por cima, se eles tiverem uma gripe com complicações - o que não é o caso mais frequente na França - , talvez seja melhor que isso aconteça enquanto os hospitais não estiverem lotados".

O princípio da imunização natural por contato com uma pessoa portadora de um vírus surgiu nos países anglo-saxões em torno da varicela ou catapora ("chickenpox"). As "chickenpox parties" se expandiram até os anos 1990, enquanto não havia vacina para a doença: eram organizados lanches da tarde, reunindo as crianças em torno do paciente portador das pústulas que sinalizavam a infecção pelo vírus da família da herpes.

A ideia persistiu especialmente entre as famílias que eram contra as vacinas, ou entre aqueles que acreditavam que a imunidade natural era mais forte do que aquela provida por um produto concebido em laboratório. Ela continua a ser propagada por sites na internet, inclusive para a gripe. Seus defensores promovem um livro em especial, "The Great Influenza", de John M. Barry, publicado em 2004, que relata que as pessoas que contraíram a gripe espanhola em 1918, durante uma primeira onda relativamente moderada na primavera, haviam sido protegidas por dois episódios muito mais graves que ocorreram no decorrer do inverno.

O diretor dos Centros de Controle e de Prevenção das Doenças (CDC, sigla em inglês), Richard Besser afirma, a respeito das "swine flu parties", que "seria um erro grosseiro fazer com que indivíduos e crianças corram riscos. Trata-se de uma doença nova, emergente, e ainda estamos aprendendo sobre ela todos os dias".

Indo na mesma direção, o professor Flahaul acredita que "ainda não sabemos muito a respeito da virulência do vírus A (H1N1). Na França, por exemplo, os dados dos certificados de mortalidade só dão conta parcialmente do número de mortos provocados pela gripe, seja ela a gripe comum ou a causada pelo novo vírus". Na maioria das vezes, somente as complicações infecciosas da gripe (pneumonia, bronquite...) aparecem no documento.

Apanhar deliberadamente a gripe não é inofensivo. Ainda que os especialistas concordem em dizer que os números oficiais de casos confirmados e de mortes estão longe da realidade, os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que 4,5 casos em 1000 foram letais. "Se pegar a gripe a qualquer custo fosse remédio, aceitariam que este induzisse à morte nesse ritmo?", pergunta o Dr. Jean-Marie Cohen, coordenador nacional da rede de Grupos Regionais de Observação da Gripe (GROG).

E para além do possível benefício individual que uma pessoa poderia obter de uma contaminação precoce pelo vírus, é preciso também refletir em termos éticos: uma pessoa infectada pode transmitir o vírus ao seu redor e desencadear, entre os mais frágeis, uma doença potencialmente fatal. "Contrair deliberadamente o vírus A (H1N1)? Sinceramente, não faria isso nem por mim, nem por minha família", diz o Dr. Cohen. "Em compensação, não é um grande drama contraí-lo. Não há por que entrar em pânico, mudar seus hábitos ou seus planos, especialmente as férias". Uma atitude confirmada pelo professor Bricaire: "Minha filha me perguntou se deveria cancelar uma viagem prevista para a Argentina. Após consultar meus colegas pesquisadores, eu lhe disse para não cancelar".
UOL Celular

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Malária: Vacina no Brasil - Por Fábio de Castro

Ruth e Victor Nussenzweig, da Universidade de Nova York, anunciam intenção de voltar a trabalhar na USP depois de mais de 40 anos fora do país (Foto: Miguel Boyayan)


Agência FAPESP – As descobertas realizadas nos últimos 40 anos por Ruth e Victor Nussenzweig, da Universidade de Nova York (NYU), nos Estados Unidos, foram fundamentais para metade das vacinas testadas até hoje em humanos contra o parasita da malária.

Durante o seminário “Vacina contra a malária: histórico, estado atual e perspectivas”, realizado nesta quinta-feira (25/6) na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o casal, radicado nos Estados Unidos desde 1963, anunciou que pretende retornar ao Brasil em breve.

Ruth e Victor disseram querer trabalhar em pesquisas sobre a vacina antimalárica na própria FMUSP, onde ambos se formaram no início da década de 1950.

Segundo Victor, que é chefe da divisão de Imunologia Michael Heidelberger da NYU, a vacina RTSS, desenvolvida por sua equipe, está em estágio de testes clínicos de larga escala em diversas regiões da África.

“A vacina já está em fase 3 [última] de experimentação, envolvendo entre 15 mil e 20 mil pessoas. Nos últimos 20 anos foram testados os princípios e feitos muitos ensaios clínicos em humanos. A vacina se mostrou capaz de proteger de 30% a 50% das pessoas depois de três injeções”, disse o pesquisador à Agência FAPESP.

Segundo ele, se os resultados nos testes na África forem semelhantes aos obtidos até agora, a vacina será aprovada e poderá começar a ser produzida entre 2010 e 2011. “Acredito que os resultados serão positivos. Com isso, a RTSS será não apenas a primeira vacina contra a malária no mundo, mas a primeira vacina antiparasitária aplicada em seres humanos”, destacou.

Nussenzweig ressalta, no entanto, que a vacina não é perfeita. “Para isso, a eficiência teria que ser maior que 50%, a proteção deveria ocorrer com a aplicação de uma única dose e o preço deveria ser menor. Mas se trata de um princípio importante e as pesquisas vão continuar. Além disso, a vacina será uma proteção complementar a outras medidas preventivas contra a malária, como o combate ao mosquito e a administração de medicamentos”, disse. O efeito da vacina dura de um a dois anos.

Para melhorar a vacina, será preciso buscar outros antígenos protetores e, para prolongar a duração e a eficácia do produto, descobrir outros vetores da proteína CS, que é a base da vacina.

Na década de 1980, o casal Nussenzweig mostrou que a proteína CS, que recobre o parasita da malária, poderia ser usada para promover uma resposta imunológica contra a doença e, assim, dar alguma proteção contra a infecção. A partir daí, a proteína estudada pelo casal se tornou um componente fundamental de metade das vacinas que foram e vêm sendo testadas em humanos contra o parasita – incluindo a RTSS.

Antes, em 1967, Ruth foi a primeira a demonstrar que era possível imunizar roedores contra a doença por meio da irradiação dos esporozoítos, um dos estágios de vida dos parasitas que causam a malária, do gênero Plasmodium.

Hoje, há grupos estudando vacinas que agem contra a transmissão da malária, linha de pesquisas que está em estágio de ensaios com animais, segundo Nussenzweig. Outros grupos estudam vacinas em outras fases do ciclo do parasita, como quando ele se instala no fígado humano.

“Gostaria de ver mais esforços para uma vacina contra o Plasmodium vivax, que seria importante não apenas para o Brasil, mas para o mundo todo. É isso que esperamos estudar aqui”, disse.

Disseminação do parasita

Durante o seminário na FMUSP, o epidemiologista Luiz Hildebrando Pereira da Silva, do Instituto Pasteur, apontou que o Brasil poderá ter, em breve, um aumento da incidência da malária em regiões onde estão sendo construídas usinas hidrelétricas e estradas.

“O mosquito Anopheles, vetor da malária que carrega o parasita, não existe na floresta, mas apenas próximo às aglomerações humanas. Essas construções trazem depósitos de água artificiais e trabalhadores de fora, que não são imunes à doença como os moradores dessas regiões. Isso cria condições para a disseminação do parasita”, explicou.

Segundo Hildebrando, em regiões ribeirinhas há pessoas imunes à malária, devido ao contato prolongado e repetido com o parasita, mas que são portadores do plasmódio.

Por isso, infectam o mosquito, que levam a doença para os trabalhadores ou pescadores que chegam depois à região, mas não moram ali.

O cientista destaca que a construção da hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, próxima a Porto Velho (RO), é um exemplo de local onde deverá haver uma situação crítica, já que se espera a chegada de cerca de 20 mil trabalhadores de outras regiões que, portanto, não têm imunidade.

“Constatamos que a incidência de picadas do Anopheles nessa região é de 40 por hora em cada pessoa, à noite. Essa característica torna os trabalhadores do período noturno altamente vulneráveis à doença”, afirmou.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

OMS: é improvável que vacina da gripe sirva contra H1N1

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera improvável que a vacina da gripe comum seja efetiva contra o vírus da gripegripe A(h1n1), que ficou conhecida como gripe suína, que está atingindo pessoas do México a Hong Kong.

A chefe da pesquisa sobre vacinas da entidade, Marie-Paule Kieny, disse que "há uma chance muito pequena" de a vacina contra a gripe comum atualmente usada na maior parte do mundo funcionar contra o vírus H1N1.

Marie-Paule afirmou em Genebra que os pesquisadores continuam a buscar qual seria o melhor método para a criação de uma vacina contra a gripe A(h1n1).

Segundo ela, diversos laboratórios estão trabalhando para desenvolver um ingrediente chave para essa vacina, mas isso deve demorar pelo menos quatro meses e até seis meses para se produzir o primeiro lote.

Ela declarou estar confiante de que essa vacina pode ser desenvolvida.

Fonte: AE