sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Imunoterapia no câncer eleita pela Science como avanço mais importante de 2013


Diversos ensaios clínicos de imunoterapia - um tratamento que atua sobre o sistema imunitário, incluindo os linfócitos T, para que ataque os tumores - revelaram-se muito promissores, sobretudo contra os cancros agressivos, como o melanoma, segundo os responsáveis da última edição deste ano da revista, que sai hoje para as bancas.
Um grande número dos avanços em imunoterapia do cancro remonta à descoberta, no final dos anos 80, por investigadores franceses, de um recetor nas células T, que as impede de atacar os tumores cancerígenos com toda a sua força.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

´Qual é a importância do Glutation

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Da esquerda para a direita : eritrócito, plaqueta e linfócito T.
Os linfócitos T ou células T pertencem a um grupo de glóbulos brancos do sangue e são os principais efectores da chamada imunidade celular. São fabricados na medula óssea e sofrem posterior maturação no timo a partir de precursores indiferenciados da medula óssea. É no timo que os linfócitos T adquirem os respectivos receptores membranares específicos.
Estas células contêm o TCR (do inglês T cell receptor, ou seja receptor de células T), receptor específico dessas células. Este receptor permite aos linfócitos T uma grande variedade de reconhecimento a antígenos.
O TCR tem, intimamente, ligado ao complexo CD4+, responsáveis pela sinalização após o reconhecimento antígeno-MHC.
Há vários sub-grupos de linfócitos T, nomeadamente os Linfócitos T Auxiliares CD4+ (Helper), Citotóxicos CD8+, Memória, Reguladores, Natural Killer e γδ
O linfócito T auxiliar tem a função de coordenar a função de defesa imunológica contra vírus, bactérias e fungos, principalmente através da produção e liberação de substâncias chamadas citocinas. Na Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, sua destruição pelo vírus HIV dá início à deficiência imunológica.
O linfócito T citotóxico é um importante leucócito que ataca células que se tornam anormais, geralmente tumorais ou infectadas por vírus. Os linfócitos citotóxicos são importantes para a saúde, entre outros por inibirem a instalação e proliferação de cânceres ou outros males atrelados ao incorreto funcionamento de células do próprio organismo.

Linfócito T


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
     

Da esquerda para a direita : eritrócito, plaqueta e linfócito T.

Os linfócitos T ou células T pertencem a um grupo de glóbulos brancos do sangue e são os principais efectores da chamada imunidade celular. São fabricados na medula óssea e sofrem posterior maturação no timo a partir de precursores indiferenciados da medula óssea. É no timo que os linfócitos T adquirem os respectivos receptores membranares específicos.
Estas células contêm o TCR (do inglês T cell receptor, ou seja receptor de células T), receptor específico dessas células. Este receptor permite aos linfócitos T uma grande variedade de reconhecimento a antígenos.
O TCR tem, intimamente, ligado ao complexo CD4+, responsáveis pela sinalização após o reconhecimento antígeno-MHC.
Há vários sub-grupos de linfócitos T, nomeadamente os Linfócitos T Auxiliares CD4+ (Helper), Citotóxicos CD8+, Memória, Reguladores, Natural Killer e γδ
O linfócito T auxiliar tem a função de coordenar a função de defesa imunológica contra vírus, bactérias e fungos, principalmente através da produção e liberação de substâncias chamadas citocinas. Na Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, sua destruição pelo vírus HIV dá início à deficiência imunológica.
O linfócito T citotóxico é um importante leucócito que ataca células que se tornam anormais, geralmente tumorais ou infectadas por vírus. Os linfócitos citotóxicos são importantes para a saúde, entre outros por inibirem a instalação e proliferação de cânceres ou outros males atrelados ao incorreto funcionamento de células do próprio organismo.

sábado, 30 de novembro de 2013

Qual a importância da glutationa no organismo?

A glutationa tem funções importantes no organismo, tais como: manter o normal funcionamento do sistema imune, ser antioxidante e “scavenger” de radicais livres, reguladora de outros antioxidantes e ser um agente destoxicante [8.]. GSH tem também um importante papel em outros processos biológicos como na reparação de proteínas, na reparação lipídica, no transporte transmembranar e muitos outros[5.].

Figura 5 Funções celulares ligadas ao poder redutor da glutationa
Proporciona o normal funcionamento do sistema imune
Tal como os outros tipos de células, a proliferação, o crescimento e a diferenciação de células do sistema imune são dependentes dos níveis de glutationa. A presença da glutationa é requerida para manter o normal funcionamento do sistema imune. Isto deve-se ao facto de ter um papel crítico na multiplicação de linfócitos T e B – as células que medeiam a imunidade específica – que ocorre no desenvolvimento de uma resposta imune eficaz e na produção de anticorpos. Além disso, as células do sistema imune produzem vários radicais de oxigénio como resultado do seu normal funcionamento, o que leva a que estas células necessitem de antioxidantes em concentrações maiores que a maioria das outras células.
A glutationa tem um papel crucial como antioxidante nas células do sistema imune [8.]. Outras funções da glutationa no sistema imune são: optimizar funções dos macrófagos e estabilizar a membrana mitocondrial, reduzindo a apoptose nos linfócitos [2.]. Existem estudos que indicam que tanto a GSH como a GSSG induzem um aumento na locomoção dos neutrófilos, tão importante nos processos de fagocitose [9.].
Actua como antioxidante e “scavenger” de radicais livres
A glutationa, devido às suas propriedades antioxidantes, tem um papel importante na protecção contra efeitos danificantes de bactérias, vírus (GSH tem propriedades anti – patogénicos pois se os níveis de glutationa nos tecidos ou no soro são suficientemente elevados, a replicação da maioria dos patogénicos é diminuída ou mesmo atenuada), poluentes e radicais livres [8.]. Este efeito deve-se ao facto de GSH apresentar uma potente capacidade em doar electrões (forte redutor), o que é evidenciado pelo elevado potencial redox negativo do par redox GSH/GSSH (E’0 = -0.33 V). O grupo sulfidrilo existente no resíduo cisteina da glutationa é o responsável pela sua capacidade redutora. Esta forte capacidade redutora é mais visível nos locais onde a concentração de GSH é mais elevada (como no fígado).
O poder redutor da glutationa é uma medida do “scavenging” de radicais livres. O sistema antioxidante de defesa é um sistema sofisticado e adaptativo e GSH é um constituinte central deste sistema. Em nenhum lugar a sua presença é mais importante que na mitocôndria. Nas mitocôndrias de células aeróbias existe um fluxo constante de radicais livres de oxigénio gerado por processos que utilizam o oxigénio para sintetizar ATP. Estes processos ocorrem através de um complexo sistema enzimático e são designados por fosforilação oxidativa (OxPhos).
Os substratos da OxPhos, ao serem processados na mitocôndria, vão libertar electrões que escapam ao complexo OxPhos para reagir com o oxigénio e gerar radicais livres de oxigénio. Estes radicais livres de oxigénio despendem energia e constituem um risco potencialmente tóxico para o organismo. O fluxo contínuo de electrões para o oxigénio gera um stress oxidativo endógeno nos tecidos humanos.
Radicais livres de oxigénio como o superóxido, peróxido, hidroxilo, são extremamente reactivos e consequentemente são uma ameaça para a integridade de biomoléculas essenciais como o DNA e o RNA, enzimas e outras proteínas e os próprios fosfolípidos responsáveis pela integridade das membranas. A célula aeróbia está continuamente a neutralizar estes radicais de oxigénio, antes que se iniciem reacções em cadeia de propagação de radicais livres, através de antioxidantes. A Tabela 1 apresenta as reacções de desactivação de radicais livres pela GSH [5.].

Tabela 1 Reacções de desactivação de radicais livres pela GSH
Como antioxidante, GSH atrasa o cansaço muscular induzido por radicais de oxigénio formados durante a fase aeróbia da contracção do músculo por cansaço muscular ou fraca performance [2.].
Regula a actividade de outros antioxidantes
Devido ainda ao significante poder redutor da glutationa, esta contribui para a reciclagem de outros antioxidantes que outrora houveram sido oxidados. Esta é a base pela qual GSH ajuda a conservar antioxidantes como o - tocoferol (vitamina E), a vitamina C e os carotenóides [5.].
Actua como agente destoxicante
Relacionado com o facto do ambiente que nos rodeia estar a tornar-se cada vez mais poluído, são necessários ao nosso organismo destoxicantes – as fontes de comida e água encontram-se contaminadas com produtos químicos – e uma das nossas maiores defesas contra estes compostos químicos estranhos (carcinogéneos, metabolitos prejudiciais...) é a glutationa. Esta actua como destoxicante ao combinar-se com substâncias indesejáveis, tornando-as mais facilmente eliminadas pela urina e pela bile [8.].
Normalmente, GSH é abundante no interior das células (atingindo concentrações na ordem dos mM), encontrando-se relativamente em falta no exterior das células. Uma excepção é a elevada concentração de GSH nas mais baixas regiões dos pulmões, ajudando na neutralização de toxinas inaladas (por exemplo, as provenientes do fumo de um cigarro) e de radicais livres produzidos por fagócitos activados dos pulmões. Portanto, GSH deve ser especialmente importante para aqueles órgãos que se encontram mais directamente expostos a toxinas exógenas, como os pulmões, intestino, rins e particularmente o fígado [5.].
O fígado é o órgão mais envolvido na destoxicação de xenobióticos e também é o local de maior reserva de GSH (exportando GSH para outros órgãos). A glutationa atinge a sua maior concentração intracelular nas células parenquimatosas (cerca de 10 mM) do fígado saudável. Os hepatócitos são as células mais especializadas na síntese de GSH a partir dos seus percursores, na reciclagem de GSH a partir de GSSG, tal como na utilização de GSH contra potenciais agentes tóxicos. A conjugação com GSH ocorre em mais de 60 % de todos os metabolitos hepáticos encontrados na bile. Mas, embora sejam inquestionáveis os benefícios da conjugação GSH, existem diversas classes de xenobióticos que induzem ou geram conjugados GSH que são potencialmente mais tóxicos que o tóxico que lhe deu origem [5.].
A glutationa é essencial no metabolismo de xenobióticos como dadora de grupos sulfidrilo que são essenciais para a destoxicação de alguns destes agentes, sendo importante na destoxicação de agentes provenientes da exaustão de combustível, do fumo do cigarro, de carcinogéneos, de venenos e de muitos outros poluentes. Ela retarda também os danos causados pela radiação U.V., cada vez mais perigosa devido à perda da camada de ozono progressiva [2.].
A propriedade destoxicante da glutationa deve-se ao facto desta se conjugar não enzimaticamente com determinados xenobióticos mas também por funcionar como cofactor para as enzimas GSH transferases ou GSTs (são componentes celulares abundantes, encontrando-se numa fracção superior a 10% do total de proteínas celulares) (Saber Mais). Um exemplo disto é o facto de se verificar resistência a xenobióticos quando há “over” expressão destas enzimas (por exemplo a resistência ao insecticida DDT pelos insectos e a resistência à quimioterapia por células cancerígenas). Estas são enzimas existentes na maioria dos tecidos, em elevadas concentrações a nível do fígado, rins, intestino, testículos, glândulas adrenais e pulmão e estão localizadas a nível do citoplasma (em percentagem superior a 95%) e do retículo endoplasmático (em percentagem inferior a 5%) [10., pág. 213].
Vários substratos das GSTs são indutores destas enzimas tal como alguns “não substratos” (como o peróxido de hidrogénio e outras espécies reactivas do oxigénio). A indução é associada com o aumento dos níveis de mRNA devido à activação transcripcional do gene que codifica uma determinada subunidade da GST. Nem todas as subunidades são induzidas com a mesma extensão. Um exemplo da indução da GST é aquela provocada pelo agente sulforano, que se pensa ser o responsável pelos efeitos anti-cancerígenos dos brócolos [10., pág. 216-217].
As GSTs apresentam uma especificidade relativamente alta para os seu substratos mas uma especificidade absoluta para a GSH (cofactor dador de electrões). A Tabela 2 apresenta alguns dos principais substratos das GSTs [5.]. A conjugação de certos xenobióticos com a glutationa é catalisada ou por várias classes da glutationa-S-transferase (por exemplo, as classes e da GST humana catalisam a conjugação da glutationa com 1-cloro-2,4-dinitrobenzeno) ou por apenas uma classe (por exemplo, a classe perferencialmente isomeriza esteróides a e reduz o linolato e o cumeno hidroperoxido aos seus álcoois correspondentes) [10., pág. 216].

Tabela 2 Substratos das GSTs
O mecanismo destoxicante destas enzimas envolve um ataque nucleofílico, por parte da glutationa, num substrato electrofílico - que normalmente é potencialmente tóxico por ter a capacidade de se ligar a agentes nucleofilicos importantes como proteínas e ácidos nucleicos, causando danos celulares e mutações genéticas. A libertação da célula de glutationa-S-conjugados é um processo dependente de ATP mediado por glicoproteínas membranares pertencentes à família MRP (mutidrug-resistance protein). As proteínas da família MRP são essenciais no transporte de glutationa-S-conjugados para o espaço extracelular [1.].

Todas as enzimas envolvidas na biotransformação de xenobióticos apresentam um potencial em gerar intermediários reactivos, sendo que a maioria destes sofre destoxicação, em alguma extensão, pela conjugação com a glutationa. Existem outras enzimas com importante função na destoxicação e que apresentam como cofactor a GSH. Por exemplo, a GSH é um cofactor essencial para enzimas antioxidantes como as GSH peroxidases (que são enzimas selénio – dependentes ou selénio – independentes) e as hidroperoxido fosfolípido GSH peroxidases. As primeiras participam na destoxicação de peróxidos (peróxido de hidrogénio e outros) em fase aquosa, fazendo-os reagir com a GSH; as últimas usam a GSH na destoxicação de peróxidos gerados nas membranas celulares ou noutras fases lipofílicas participando na protecção das células contra a peroxidação lipídica (Figura 6.) [5.].

Figura 6 Reacções de oxidação-redução que envolvem a glutationas
Enzimas designadas colectivamente por GSH transhidrogenases usam também a GSH como cofactor para reconverter desidroascorbato a ascorbato, ribonucleótidos a desoxiribonucleótidos e ligações do tipo -S-S- a -SH (Figura 6.) . Após a oxidação de GSH a GSSG, a reciclagem de GSSG a GSH é acompanhada principalmente pela enzima glutationa redutase que usa como fonte de electrões a coenzima NADPH. Logo, esta coenzima é a principal fonte do poder redutor de GSH (Figura 6.) [5.].
Ver questão “Como actua a Glutationa na biotransformação de xenobióticos?”
Actua na Reparação de proteínas
Grupos tióis são essenciais para o funcionamento de numerosas proteínas, como aquelas que funcionam como receptores, enzimas e proteínas do citoesqueleto. A oxidação de grupos tiol (Prot-SHs) proteicos a grupos dissulfídicos (Prot-SS ou Prot1-SS-Prot2), a conjugados proteicos com a glutationa oxidada (Prot-SSG) e a conjugados proteicos com ácidos sulfénicos (Prot-SOH), tal como a oxidação do grupo metionina de proteínas a metionina sulfóxido (Prot-Met=O) são todas reacções que podem ser reversíveis por redução enzimática. Os redutores endógenos são a tiorredoxina (TR-[SH]2) e a glutarredoxina (GRO-[SH]2), proteínas ubíquas com duas cisteínas redox activas nos seus locais activos. Prot-SS, Prot1-SS-Prot2, Prot-SOH e Prot-Met=O são reduzidos pela tiorredoxina, enquanto que Prot-SSG é reduzida pela glutarredoxina. Devido à acção redutora da tiorredoxina e da glutarredoxina originar a forma oxidada do grupo tiol catalítico, é necessário que ocorra a reciclagem da forma reduzida destas proteínas para elas voltarem a exercer acção redutora. Esta redução ocorre por acção do NADPH gerado na via das pentose fosfato por acção da glucose-6-fosfato-desidrogenase e da 6-fosfogluconato-desidrogenase (Figura 7.) [10.; pág. 65].

Figura 7 Reparação de proteínas oxidadas a nível do grupo tiol
Assim, GSH é o principal modulador intracelular de grupos sulfidrilo (-SH) nas proteínas. As reacções redox são intrínsecas aos processos biológicos: muitas enzimas (como adenilato ciclase, glucose-6-fosfato, piruvato cinase, Ca-ATPases e as que participam no metabolismo da glucose) são reguladas pelo balanço redox largamente definido como balanço de 2-SH <-> -S-S-. Proteínas, como a tubulina dos microtúbulos, as metalotioneínas e outras, possuem grupos –SH nos seus locais activos ou junto a eles. Outras que não possuam estes grupos são também reguladas pelo estado redox do ambiente que as rodeia [5.].
A razão GSH/GSSG é tanto mais elevada no ambiente celular quanto maior for o fluxo oxidativo (por exemplo, esta razão é muito superior na mitocôndria que no retículo endoplasmático uma vez que a síntese proteica não implica um grande fluxo oxidativo) [5.].
Apresenta um importante papel na reparação lipídica
A reparação de lípidos que sofrem peroxidação realiza-se por um processo complexo que ocorre por acção de uma série de agentes redutores e pelas enzimas glutationa peroxidase e glutationa redutase (Figura 8.). Radicais peroxilo de fosfolípidos (PL-OO•) formados na peroxidação lipídica ligam-se a um hidrogénio proveniente de ?-tocoferol (TOC-OH) originando um hidroperóxido de fosfolípido (PL-OOH). O ácido gordo, que transporta o grupo hidroperóxido deste fosfolípido, é eliminado por hidrólise catalisada pela enzima fosfolipase (PLase), originando um hidroperóxido de ácido gordo (FA-OOH) e um lisofosfolípido (LPL). O FA-OOH é reduzido a um ácido gordo hidroxilado pela glutationa peroxidase (GPX), a partir da glutationa (GSH) e o LPL sofre uma nova acilação por parte de uma acil-coenzima A transferase (LFTF) originando um fosfolípido (PL).

Figura 8 Reparação de peróxidos lipídicosl
A regeneração do -tocoferol (TOC-OH) ocorre por acção do ácido ascórbico (HO-ASC-OH). Por sua vez, a regeneração do ácido ascórbico ocorre a partir do ácido desidroascórbico (O=ASC=O) por acção da glutarredoxina (GRO-[SH]2). Neste último processo, a glutarredoxina é oxidada ficando na forma de GRO-SS e a regeneração da sua forma reduzida ocorre por acção redutora da GSH, formando-se a forma oxidada da glutationa (GSSG). A glutationa oxidada sofre redução pela glutationa redutase (GR-[SH]2) , cuja forma oxidada (GR-SS) é reduzida pelo NADPH, o último agente redutor. Na figura, as abreviaturas TOC-O• e •O-ASC-OH correspondem, respectivamente, ao radical tocoferoxil e ao radical ascorbil [10., pág.65-66].
Apresenta um importante papel no transporte e no armazenamento
As enzimas GST ligam-se, armazenam e/ou transportam um grande número de compostos que não são substratos para a conjugação com a glutationa. Estas proteínas citoplasmáticas, designadas por ligandinas, são responsáveis pela ligação a grupos heme, à bilirrubina, a esteroides, azo-dióis, e hidrocarbonetos aromáticos policiclicos [10., pág. 213]. Exemplos de agentes exógenos aos quais se ligam as ligandinas são os antibióticos penicilina e tetraciclina [11., pág.101].
É, deste modo, evidente que a glutationa é importante na proteção do espectro total de biomoléculas, ajudando na regulação das suas funções, facilitando a sobrevivência e garantindo a óptima performance da célula como uma unidade viva.
 

sábado, 2 de novembro de 2013

Alho: melhore sua imunidade



Thinkstock
Inverno.  Dias mais frios. É bom aumentar o consumo de alho, já que esse alimento tem a capacidade de aumentar as defesas do nosso organismo, contribuindo com a melhora da imunidade. O alho também tem em sua composição algumas vitaminas: A, B1, B2, C e minerais como cálcio, enxofre, iodo, magnésio, selênio, sódio e zinco. Em 1858 o microbiologista francês Louis Pasteur descobriu as propriedades bactericidas do alho. Durante a Primeira Guerra Mundial, o alho foi amplamente utilizado em curativos para prevenir infecções. Dentre as suas funções, destacam-se a capacidade de reduzir a pressão arterial, baixar o colesterol, contribuir com a glicemia sanguínea, atividade antiviral, antibactericida e antifúngica, o que torna o alimento um excelente recurso para  fortalecer o sistema imunológico.
Quantos dentes de alho devemos consumir?
A maior parte dos estudos  mostrando benefícios (principalmente para a saúde cardiovascular) utilizou doses de 600-900mg/dia, fornecendo aproximadamente 3.6-5.4mg de alicina (princípio ativo do alho). Isso corresponde a 1 dente de alho grande  cru ou 2 dentes pequenos por dia.
Como devemos consumir o alho?
- O princípio ativo presente no alho que é responsável pela ação biológica na defesa do organismo chama-se alicina. O alho fresco fornece a aliina, um aminoácido sulfurado que se transforma em alicina, após a ação da aliinase (enzima). A melhor forma de consumir o alho para aproveitar suas propriedades é triturar, amassar ou picar o alho e deixar 10 minutos em repouso antes do preparo. Esse é o tempo para permitir a ação da aliinase,  processo que converte a aliina em alicina.

- O alho cozido não possui os mesmos efeitos do alho in natura. O aquecimento (processamento térmico) resulta na redução da ação da aliinase.  Assim, como os princípios ativos do alho são muito sensíveis ao calor, recomenda-se o consumo do alho na sua forma crua.
Sugestão: picado na salada, no molho da salada, ou em sanduíches. Uma forma de facilitar a assimilação dos princípios ativos do alho é dissolvê-lo em um pouco de óleo (ex: azeite de oliva)
Qual é a melhor forma de armazenamento?
A pasta de alho pode ser deixada pronta na geladeira, não perdendo as suas propriedades.
Observação: O alho pode reduzir a pressão arterial. Assim, pessoas que tomam medicamento para reduzir a pressão, devem tomar cuidado para não ingeri-lo em grande quantidade, o que poderá favorecer ainda mais a redução da pressão. Consulte sempre o seu médico.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Evolução fez com que roedores ficassem imunes ao veneno de escorpião
Evolução fez com que roedores ficassem imunes ao veneno de escorpião
                                   


O rato gafanhoto (Onychomys torridus) é insensível às picadas de uma espécie de escorpião, uma raridade da evolução que permite a este roedor da América do Norte alimentar-se desse invertebrado, reporta uma nova pesquisa publicada nos Estados Unidos.

Esta excepção biológica poderia ajudar os cientistas a desenvolver tratamentos contra a dor e antídotos para o veneno deste escorpião, o Centruroides sculpturatus.
Não é comum que a evolução neutralize o mecanismo da dor que permite proteger o corpo das agressões externas e identificar uma doença, afirmam cientistas, cujo estudo será publicado na sexta-feira na revista norte-americana Science.
Para descobrir o segredo da resistência do rato gafanhoto, os cientistas estudaram os efeitos do veneno desta espécie de escorpião noutros ratos desprovidos deste mecanismo biológico.
Descobriu-se que as toxinas do veneno do escorpião neutralizam certos neurónios no rato gafanhoto, mas activam-nas noutros roedores.
O veneno destes escorpiões contém poderosas neurotoxinas que agem no sistema nervoso central e no sistema circulatório, provocando intensas contracções musculares e insuficiência respiratória.
Depois de uma série de experiências, os cientistas, entre eles Ashlee Rowe, da Universidade do Texas, em Austin, no Sul dos EUA, comprovaram que o veneno activa alguns receptores da dor nos ratos normais, como em todos os mamíferos, mas isto não ocorre no rato gafanhoto.
Neste último, os biólogos descobriram que outro receptor, produto de uma mutação, gera aminoácidos diferentes, capazes de unir as toxinas do veneno e neutralizar todos os outros neurónios receptores da dor ao redor.
De facto, segundo os cientistas, o veneno parece desactivar temporariamente qualquer forma de dor no rato gafanhoto.
Este mecanismo de defesa é similar ao observado no rato-toupeira-pelado, insensível à dor, o que lhe permite suportar níveis muito elevados de dióxido de carbono nas galerias subterrâneas onde vive.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Os Linfócitos e o Sistema ImunológicoOs Linfócitos e o Sistema Imunológico


Por Milton Carlos Malaghini

Uma modalidade bastante interessante na defesa de nosso corpo contra a infasão ou proliferação de qualquer agente biológico considerado estranho ao mesmo é a atuação de nosso sistema imunológico, através da ação dos linfócitos.
Cada vez que um agente estranho como vírus, bactéria, toxina, fungo ou mesmo uma célula humana transplantada é detectada pelo nosso sistema imunológico (tal tetecção se faz através da identificação de antígenos presentes na estrutura do agente estranho), uma quantidade muito grande de linfócitos sensibilizados idênticos (clones) são formados e liberados na circulação, especificamente formados com a capacidade de identificarem os tais antígenos detectados inicialmente como estranhos, aderirem-se às estruturas estranhas onde se encontram aqueles antígenos e, assim, facilitar a sua destruição.
Ao mesmo tempo, uma quantidade imensa de imunoglobulinas são também liberadas na circulação, também com a específica tendência de se aderirem às estruturas antigênicas que suscitaram a sua formação.
Mais interessante ainda é que, mesmo tendo sido eliminados os agentes portadores dos antígenos considerados estranhos, uma memória imunológica permanece e, durante anos, anticorpos específicos estarão circulando pelo nosso sistema vascular e nos protegendo contra novos ataques daqueles mesmos agentes que, num primeiro contato, teriam sido detectados.
Os linfócitos não são formados exclusivamente na medula, como os demais leucócitos presentes no sangue, nem são derivados dos mieloblastos, como aqueles.
Sua formação ocorre, durante todo o tempo, em diversos órgãos ou estruturas de nosso corpo que apresentam os denominados tecidos linfóides: gânglios linfáticos, amígdalas, adenóides, timo, baço, placas de Peyer, etc.
Existem, na verdade, 2 tipos de linfócitos:
  • Linfócitos T: Responsáveis por uma modalidade de defesa chamada Imunidade Celular. Formam clones de linfócitos específicos para combater os agentes portadores dos antígenos detectados a cada ataque e os lançam na circulação. Suas células precursoras, primitivas, teriam sido processadas, durante a vida fetal, no timo.
  • Linfócitos B: Responsáveis por uma modalidade de defesa chamada Imunidade Humoral. Não formam clones. Cada vez que detectam a presença de agentes com antígenos estranhos, transformam-se inicialmente e células maiores chamadas plasmoblastos. Estas, então, passam a formar centenas de células chamadas plasmócitos. Cada plasmócito produz e libera na circulação, a cada segundo, milhares de moléculas protéicas de imunoglobulinas. As imunoglobulinas são especificamente formadas com a capacidade de detectarem e aderirem-se a cada estrutura portadora daqueles mesmos antígenos detectados por suas células produtoras.
Os anticorpos (imunoglobulinas) vão sendo liberados na circulação e podem eliminar os agentes considerados estranhos, destruindo-os, através de uma ação direta ou indireta.
Ação Direta:
As imunoglobulinas ligam-se diretamente às estruturas antigênicas dos agentes estranhos. Podem, então, desencadear diversos efeitos como:
  • aglutinação: os anticorpos, aderidos aos seres estranhos, aderem-se uns aos outros, formando verdadeiros "grumos" ou aglutinados. Estes serão, certamente, mais facilmente destruídos por outras células através da fagocitose.
  • preciptação: os anticorpos, aderidos aos seres estranhos, algumas vezes, formam complexos insolúveis aos líquidos corporais e se precipitam. Assim também serão mais facilmente destruídos pelos macrófagos e demais leucócitos.
  • neutralização: os aticorpos podem se aderir justamente aos pontos de ação tóxica de uma toxina ou de um vírus, por exemplo, neutralizando, assim, a sua toxicidade ou seu poder invasivo.
  • lise: os anticorpos, aderidos às estruturas antigênicas dos seres estranhos, destroem a membrana ou estrutura dos mesmos.
AÇÃO INDIRETA:
Outros fenômenos teciduais podem ocorrer, simultaneamente à ação das imunoglobulinas com seus antígenos e, de certa forma, contribuir, paralelamente, com a destruição e eliminação dos agentes então considerados estranhos.
A forma de atuação indireta mais interessante se dá através da ativação do sistema complemento.
Através deste sistema, diversas enzimas, quando ativadas, produzem no tecido uma série de fenômenos que visam complementar a ação dos anticorpos na destruição dos agentes estranhos e facilitar a destruição dos mesmos tanto pelos anticorpos como pelos demais sistemas de defesa.
As enzimas, quando ativadas, podem provocar nos tecidos:
  • aglutinação
  • precipitação
  • neutralização
  • lise
  • quimiotaxia para neutrófilos e macrófagos
  • opsonização
  • inflamação

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