terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Os Linfócitos e o Sistema ImunológicoOs Linfócitos e o Sistema Imunológico


Por Milton Carlos Malaghini

Uma modalidade bastante interessante na defesa de nosso corpo contra a infasão ou proliferação de qualquer agente biológico considerado estranho ao mesmo é a atuação de nosso sistema imunológico, através da ação dos linfócitos.
Cada vez que um agente estranho como vírus, bactéria, toxina, fungo ou mesmo uma célula humana transplantada é detectada pelo nosso sistema imunológico (tal tetecção se faz através da identificação de antígenos presentes na estrutura do agente estranho), uma quantidade muito grande de linfócitos sensibilizados idênticos (clones) são formados e liberados na circulação, especificamente formados com a capacidade de identificarem os tais antígenos detectados inicialmente como estranhos, aderirem-se às estruturas estranhas onde se encontram aqueles antígenos e, assim, facilitar a sua destruição.
Ao mesmo tempo, uma quantidade imensa de imunoglobulinas são também liberadas na circulação, também com a específica tendência de se aderirem às estruturas antigênicas que suscitaram a sua formação.
Mais interessante ainda é que, mesmo tendo sido eliminados os agentes portadores dos antígenos considerados estranhos, uma memória imunológica permanece e, durante anos, anticorpos específicos estarão circulando pelo nosso sistema vascular e nos protegendo contra novos ataques daqueles mesmos agentes que, num primeiro contato, teriam sido detectados.
Os linfócitos não são formados exclusivamente na medula, como os demais leucócitos presentes no sangue, nem são derivados dos mieloblastos, como aqueles.
Sua formação ocorre, durante todo o tempo, em diversos órgãos ou estruturas de nosso corpo que apresentam os denominados tecidos linfóides: gânglios linfáticos, amígdalas, adenóides, timo, baço, placas de Peyer, etc.
Existem, na verdade, 2 tipos de linfócitos:
  • Linfócitos T: Responsáveis por uma modalidade de defesa chamada Imunidade Celular. Formam clones de linfócitos específicos para combater os agentes portadores dos antígenos detectados a cada ataque e os lançam na circulação. Suas células precursoras, primitivas, teriam sido processadas, durante a vida fetal, no timo.
  • Linfócitos B: Responsáveis por uma modalidade de defesa chamada Imunidade Humoral. Não formam clones. Cada vez que detectam a presença de agentes com antígenos estranhos, transformam-se inicialmente e células maiores chamadas plasmoblastos. Estas, então, passam a formar centenas de células chamadas plasmócitos. Cada plasmócito produz e libera na circulação, a cada segundo, milhares de moléculas protéicas de imunoglobulinas. As imunoglobulinas são especificamente formadas com a capacidade de detectarem e aderirem-se a cada estrutura portadora daqueles mesmos antígenos detectados por suas células produtoras.
Os anticorpos (imunoglobulinas) vão sendo liberados na circulação e podem eliminar os agentes considerados estranhos, destruindo-os, através de uma ação direta ou indireta.
Ação Direta:
As imunoglobulinas ligam-se diretamente às estruturas antigênicas dos agentes estranhos. Podem, então, desencadear diversos efeitos como:
  • aglutinação: os anticorpos, aderidos aos seres estranhos, aderem-se uns aos outros, formando verdadeiros "grumos" ou aglutinados. Estes serão, certamente, mais facilmente destruídos por outras células através da fagocitose.
  • preciptação: os anticorpos, aderidos aos seres estranhos, algumas vezes, formam complexos insolúveis aos líquidos corporais e se precipitam. Assim também serão mais facilmente destruídos pelos macrófagos e demais leucócitos.
  • neutralização: os aticorpos podem se aderir justamente aos pontos de ação tóxica de uma toxina ou de um vírus, por exemplo, neutralizando, assim, a sua toxicidade ou seu poder invasivo.
  • lise: os anticorpos, aderidos às estruturas antigênicas dos seres estranhos, destroem a membrana ou estrutura dos mesmos.
AÇÃO INDIRETA:
Outros fenômenos teciduais podem ocorrer, simultaneamente à ação das imunoglobulinas com seus antígenos e, de certa forma, contribuir, paralelamente, com a destruição e eliminação dos agentes então considerados estranhos.
A forma de atuação indireta mais interessante se dá através da ativação do sistema complemento.
Através deste sistema, diversas enzimas, quando ativadas, produzem no tecido uma série de fenômenos que visam complementar a ação dos anticorpos na destruição dos agentes estranhos e facilitar a destruição dos mesmos tanto pelos anticorpos como pelos demais sistemas de defesa.
As enzimas, quando ativadas, podem provocar nos tecidos:
  • aglutinação
  • precipitação
  • neutralização
  • lise
  • quimiotaxia para neutrófilos e macrófagos
  • opsonização
  • inflamação

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